Barraco na cabine: Richie Hawtin vs. Afrojack “The EDM War”

Enquanto uns amam os rumos que a música eletrônica toma unindo-se cada vez mais ao pop, outros odeiam e preferem vagar pelo underground da e-music mundial.

E com a notícia de que o magnata Robert FX Sillerman injetou bilhões de doláres no circuito “rave/festival” americano, parece que a coisa ao invés de melhorar, está piorando cada vez mais.

Richie Hawtin deixou claro pra todo mundo que, “hoje em dia, está fácil demais” para os novos dj´s e disse que gostaria que essa integração do mainstream e da música eletrônica tivesse fim.

E logo.

Desde então, Hawtin se tornou o porta-voz da e-music underground e meteu a boca no trombone e detonou muitos dj´s no Wall Street Journal. Só que Richie não parou por aí, em entrevista ao LA Times o dj novamente causou polêmica, ao fazer a seguinte declaração:

Agora existe uma possibilidade de chegar à uma alta posição sem muito trabalho. É fácil um dj ser glorificado por emplacar dois ou três singles. Mas o que eles precisam entender, é que a e-music não é só o “agora”. Se você quiser tratar o gênero como um algo momentâneo você pode fazer, mas a verdade é que todos deveriam ter o pensamento de que a e-music vai viver para sempre.

E para confrontá-lo, o holandês Afrojack também resolveu dizer o que pensa:

 Se você realmente é um produtor, você deve abraçar tanto a música pop quanto à música dos clubes. Quando você assiste tv, você só quer ver os Kardashians? Claro que não, e é por isso que amo Richie Hawtin, Nicki Minaj e Green Velvet…

E Hawtin prontamente responder:

Eu adoro música pop. Mas só gosto das boas…

#Vish

12 comentários em “Barraco na cabine: Richie Hawtin vs. Afrojack “The EDM War””

  1. “tanto a música pop quanto à música dos clubes” – Achei que hoje fosse a mesma coisa… O lance todo é que a e-music feita “para clubes” está se tornando cada vez mais efêmera, não ousa, não empurra adiante. O público, mal educado não de modos, mas de ouvidos, continua compreendendo pouco ou nada do que Hawtins e Lazutkins e Zimmers procuram endereçar. Culpa da rádio? Não porque precisa-se ganhar e vender. Culpa da gravadora? Talvez, por apostar pouco em novos formatos, tendo toda a estrutura para isso. Culpa do peão de obra que se tornou o DJ e produtor? A julgar que a efeméride extende-se ao nível cultural e ao comodismo que a facilidade atual traz, fica fácil identificar que, se tal “DJ” toca, é porque é bom. O pop sempre foi nutrido pela fama, pela influência, porque é pop no próprio nome.

    O ponto do tio underground é este. E antes que prontamente me digam que o pop e a eletrônica são indissociáveis, reconheço sim que o que sabemos da cultura house e techno que ramificou parte muito do pop, synthpop, disco (duh, quem não sabe), mas me aponte aí, sei lá, algum astro pop em evidência que pode ser considerado influente por fazer algo acessível, divertido e ao mesmo tempo com uma carga musical intensa, não vale apelar pro Indie. Então, estou com ele: “(…) só gosto das boas…”

  2. Tem muita gente que mete o pau no Afrojack, assim como Dj’s do “Underground” falam dos caras mais Mainstream. Mas não considero culpa exclusivamente do Dj’s, duvido que algum Dj no começo da carrera não teve que tocar um chacotinha e dar aquela animado no público…PÚBLICO esse que vai para os clubs pra ficar tirando foto com garrafas de destilados na mão e falando que é o “Like a Boss”.

    A música eletrônica esta no seu auge, e ao invés de vir a público e criticar os outros deveria aproveitar esse BOOM e executar algo construtivo para recuperar o que já foi perdido.

Deixar mensagem para Guilherme Gonçalves Cancelar resposta